Em uma noite enevoada, com o cheiro de café requentado pairando no ar, nosso intrépido repórter, munido apenas de um bloco de notas e uma fé inabalável no transporte público transcendental, senta-se para entrevistar o lendário JoséSims, profeta do fórum Onipotentes e mestre supremo da busologia. A questão é tão antiga quanto os trilhos enferrujados da imaginação coletiva: *é possível pegar um trem expresso da Guanabara Mística para Ratanabá?*
JoséSims, com sua barba rala que parece sussurrar segredos cósmicos, ajeita os óculos de armação quebrada e começa, com a gravidade de quem explica a teoria da relatividade para um passageiro perdido na rodoviária:
“Primeiro, meu jovem, é preciso entender que a Guanabara Mística não é um lugar, é um *estado de espírito*. Localiza-se no cruzamento entre a saudade de um ponto de ônibus que nunca existiu e o Wi-Fi gratuito que nunca conecta. Já Ratanabá... ah, Ratanabá é o destino final de todo busólogo, onde os trens não atrasam, os assentos são de couro legítimo e o maquinista sempre oferece um cafezinho.”
O repórter, confuso, mas fingindo compreensão, pergunta: “Mas, profeta, existe mesmo um trem expresso que conecta esses dois lugares?” JoséSims dá uma risada que ecoa como o apito de uma Maria Fumaça em fim de carreira. “Expresso? Meu caro, o único expresso por aí é o café que você toma enquanto espera o trem que nunca vem. A linha Guanabara-Ratanabá é mitológica, operada pela lendária *Companhia Ferroviária Onírica*. O problema é que os trilhos só aparecem para quem acredita que o horário da tabela é apenas uma sugestão.”
Ele pega um guardanapo amassado e desenha um mapa que parece uma mistura de astrologia e diagrama de linhas de ônibus. “Olha aqui. Para embarcar, você precisa chegar à Estação Etérea da Guanabara Mística exatamente às 3h33 da manhã, portando um bilhete comprado com moedas de 1 centavo. O trem, se aparecer, é puxado por uma locomotiva a vapor movida a nostalgia e promessas não cumpridas. Mas cuidado: se você piscar na hora errada, pode acabar em Pindamonhangaba, e aí, meu amigo, é cada um por si.”
O repórter, já suando, insiste: “E como eu sei se estou no trem certo?” JoséSims coça a barba, pensativo. “Se o cobrador falar em versos alexandrinos e o vagão cheirar a pastel de feira, você tá no caminho. Mas, se o maquinista começar a recitar o manual de instruções de um videocassete, pule na próxima curva. É cilada.”
Após uma pausa dramática, JoséSims conclui: “A verdade, meu caro, é que o trem da Guanabara Mística para Ratanabá só existe para quem entende que a viagem *é* o destino. E, se tudo der errado, realize o ritual sagrado da afiação de lápis para voltar onde tudo começou.”
E assim, com um sorriso enigmático, o profeta da busologia desaparece na névoa, deixando o repórter com mais perguntas do que respostas e uma vontade incontrolável de checar o horário do próximo ônibus.
JoséSims, com sua barba rala que parece sussurrar segredos cósmicos, ajeita os óculos de armação quebrada e começa, com a gravidade de quem explica a teoria da relatividade para um passageiro perdido na rodoviária:
“Primeiro, meu jovem, é preciso entender que a Guanabara Mística não é um lugar, é um *estado de espírito*. Localiza-se no cruzamento entre a saudade de um ponto de ônibus que nunca existiu e o Wi-Fi gratuito que nunca conecta. Já Ratanabá... ah, Ratanabá é o destino final de todo busólogo, onde os trens não atrasam, os assentos são de couro legítimo e o maquinista sempre oferece um cafezinho.”
O repórter, confuso, mas fingindo compreensão, pergunta: “Mas, profeta, existe mesmo um trem expresso que conecta esses dois lugares?” JoséSims dá uma risada que ecoa como o apito de uma Maria Fumaça em fim de carreira. “Expresso? Meu caro, o único expresso por aí é o café que você toma enquanto espera o trem que nunca vem. A linha Guanabara-Ratanabá é mitológica, operada pela lendária *Companhia Ferroviária Onírica*. O problema é que os trilhos só aparecem para quem acredita que o horário da tabela é apenas uma sugestão.”
Ele pega um guardanapo amassado e desenha um mapa que parece uma mistura de astrologia e diagrama de linhas de ônibus. “Olha aqui. Para embarcar, você precisa chegar à Estação Etérea da Guanabara Mística exatamente às 3h33 da manhã, portando um bilhete comprado com moedas de 1 centavo. O trem, se aparecer, é puxado por uma locomotiva a vapor movida a nostalgia e promessas não cumpridas. Mas cuidado: se você piscar na hora errada, pode acabar em Pindamonhangaba, e aí, meu amigo, é cada um por si.”
O repórter, já suando, insiste: “E como eu sei se estou no trem certo?” JoséSims coça a barba, pensativo. “Se o cobrador falar em versos alexandrinos e o vagão cheirar a pastel de feira, você tá no caminho. Mas, se o maquinista começar a recitar o manual de instruções de um videocassete, pule na próxima curva. É cilada.”
Após uma pausa dramática, JoséSims conclui: “A verdade, meu caro, é que o trem da Guanabara Mística para Ratanabá só existe para quem entende que a viagem *é* o destino. E, se tudo der errado, realize o ritual sagrado da afiação de lápis para voltar onde tudo começou.”
E assim, com um sorriso enigmático, o profeta da busologia desaparece na névoa, deixando o repórter com mais perguntas do que respostas e uma vontade incontrolável de checar o horário do próximo ônibus.
